A proposta do trabalho de hoje é fotografar objetos/pessoas/paisagens por diferentes pespectivas. A cidade escolhida é Cachoeira, não poderia ser outra, a terrinha respira poesia e pra onde quer que se olhe, a vontade que se tem é de por numa moldura.
Pespectiva, a palavra dá uma boa discussão, técnica e conceitual. Na fotografia, brincar com pespectivas já não causa espanto, não é novidade pra ninguém, mas ainda assim é bonito... ainda assim é explorável, ainda assim o fazemos.
A essa altura de incordialidade dispensamos apresentações, mas eu insisto: me chamo Alane, estou no 3º semestre de comunicação social, e me preocupo fundamentalmente com a função social do que me proponho a estudar. Quem nunca viu uma imagem da Ponte D. Pedro II? E de São Félix vista de Cachoeira? A Igreja Matriz, a Irmandade da Boa Morte, o Porto, enfim, foto turísticas não faltam, mas e as periferias? E zona rural? Quem ja viu o Viradouro? Na universidade, suponho que a minoria absoluta conhece ou viu fotos do bairro mais marginalizado, criminalizado e comentado quando o assunto é violência, crack, e miséria... Que tal uma outra pespectiva? Existe beleza para alé do centro histórico cachoeirano...
A estação de trem de Cachoeira vista de trás, os trilhos dão ideia de afunilamento/ No caminho ao Viradouro.
O homem, que nessa imagem possui tamanho muito inferior ao real, caminha em direção ao infinito / A arquitetura do bairro comunga com o estilo barroco presente em todo resto da cidade.
A bola que está nas mãos do menino, tem quase o mesmo tamanho da menina que vem correndo no fundo da imagem / Crianças brincando na praça do Viradouro.
A menina que na imagem anterior está correndo gritando "Eu também quero foto, eu também quero" / Nessa imagem a modelo além ser mais bonita é maior que qualquer objeto ou pessoa.
E finalmente...
Pai Amor, morador do bairro, e meu guia de trabalho.