domingo, 3 de abril de 2011

Por outra pespectiva


A proposta do trabalho de hoje é fotografar objetos/pessoas/paisagens por diferentes pespectivas. A cidade escolhida é Cachoeira, não poderia ser outra, a terrinha respira poesia e pra onde quer que se olhe, a vontade que se tem é de por numa moldura.


Pespectiva, a palavra dá uma boa discussão, técnica e conceitual. Na fotografia, brincar com pespectivas já não causa espanto, não é novidade pra ninguém, mas ainda assim é bonito... ainda assim é explorável, ainda assim o fazemos.

A essa altura de incordialidade dispensamos apresentações, mas eu insisto: me chamo Alane, estou no 3º semestre de comunicação social, e me preocupo fundamentalmente com a função social do que me proponho a estudar. Quem nunca viu uma imagem da Ponte D. Pedro II? E de São Félix vista de Cachoeira? A Igreja Matriz, a Irmandade da Boa Morte, o Porto, enfim, foto turísticas não faltam, mas e as periferias? E zona rural? Quem ja viu o Viradouro? Na universidade, suponho que a minoria absoluta conhece ou viu fotos do bairro mais marginalizado, criminalizado e comentado quando o assunto é violência, crack, e miséria... Que tal uma outra pespectiva? Existe beleza para alé do centro histórico cachoeirano...





A estação de trem de Cachoeira vista de trás, os trilhos dão ideia de afunilamento/ No caminho ao Viradouro.








O homem, que nessa imagem possui tamanho muito inferior ao real, caminha em direção ao infinito / A arquitetura do bairro comunga com o estilo barroco presente em todo resto da cidade.









A bola que está nas mãos do menino, tem quase o mesmo tamanho da menina que vem correndo no fundo da imagem / Crianças brincando na praça do Viradouro.








A menina que na imagem anterior está correndo gritando "Eu também quero foto, eu também quero" / Nessa imagem a modelo além ser mais bonita é maior que qualquer objeto ou pessoa.







E finalmente...


Pai Amor, morador do bairro, e meu guia de trabalho.



Por diferentes pespectivas...

Uma luz pode mudar tudo...

... Eu já ouvi essa frase em algum lugar. Um filme será? Os ditados nunca compreendidos da minha avó? De onde foi?? Sei lá... Já é madrugada, eu sempre achei que a noite fala conosco quando estamos sozinhos. Já passa das 3 h da manhã, a minha casa fica em um bairo alto da histórica Cachoeira, e da minha janela, através do filtro dos sonhos, as cidades irmãs parecem intermináveis pontos de luz. É mais bonito a noite, por causa das luzes.


Luz, enfim, és o assunto do post. Na primeira aula de fotojornalismo, a professora Alene nos explica o resultado incontestavelmente diferente que luzes diversas podem dá a uma fotografia. Como na acadêmia tudo que é dito, tem que ser comprovado, eis - me aqui gastando a madrugada de luzes infinitas na feitura desse experimento.



A ideia foi fotografar o baralho, companheiro do tédio, hoje me ajuda na atividade. O meu estúdio amador só precisou de uma vela, uma luminária e um pano preto. Todo o processo foi feito com a lâmpada da sala desligada.


Na foto acima eu usei a velha luminária e o auxílio tecnológico e estragador do flash (desculpem a rebeldia, mas não simpatizo muito com esse sujeito), o resultado é praticamente idêntico ao que teria se a foto fosse feita em luz ambiente.



Dessa vez, retirei o flash da máquina e a luz da foto é apenas a da luminária, que está no chão do lado direito ao baralho, o resultado é bastante parecido com a anterior, mas um pouco mais sombreado.



Por último, substituí a lumináia por uma vela, e esse foi o resultado... o meu preferido, a luz muito mais baixa do que as anteriores... "A luz de vela é sempre mais romântico", essa com certeza foi frase de um filme que não vou me lembrar o nome. Alene estava certa quando falou da importância da luz na fotografia, a aula foi quase tão compreensível quanto a noite, que de maneira empírica, me falou que "uma luz pode mudar tudo".